Sam Mendes em cima de Sam Mendes! O senhor que em 2008 nos trouxe Revolutionary Road (comentado imediatamente abaixo), apresenta-se em 2009 aos nossos olhos com Away We Go, uma comédia.
Uma noite, Burt e Verona, um casal de trintinhas à espera de bebé, sentados no sofá, enrolados num cobertor, na sala gelada, à frente do radiador que fez os fusíveis ir abaixo, deita contas à vida e decide partir, mudar de casa, mudar de cidade, mudar de vida.
Para escolher o próximo sítio ou os melhores amigos companheiros para os novos tempos, iniciam um périplo pelos Estados Unidos da América e Canadá. É essa viagem que acompanhamos, e no desenrolar dela (re)conhecemos quem connosco insistiu (com desconcertante certeza) que a barriga é “de menino” (quando o médico foi peremptório a dizer que vem aí uma menina!), e os outros que nos dão conta dos abortos que tiveram. Assistimos também às ignorantes ansiedades e soluções que passam pela cabeça dos futuros pais se o ritmo cardíaco da bebé é ligeiramente menos forte que os valores considerados normais; debate-se o possível desvalor erótico da hipótese de mirrarem os seios das mães que amamentam, o apoio que os avós podem dar ou não dar, os familiares idos, as teorias de educação das crianças e os carrinhos de bebé. Recordamos tudo isso com um constante sorriso nos lábios, e sabemos que “é assim”!
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