A grande crise dos grandes chegou aos jornais, às televisões e às bocas do mundo no final de 2008.
A grande crise dos pequenos é uma coisa de sempre - variam os números ou as geografias dos que com ela (con)vivem.
Nos Estados Unidos da América, à beira do Canadá, vemos Ray, mãe de dois filhos menores, abandonada pelo marido. Vivem os três numa casa pré-fabricada, sem condições. É inverno e sonham com uma casa nova, também pré-fabricada, mas ‘melhor’, nova. À porta, cada dia, têm credores.
O infortúnio de Ray não é maior que o de Lila – esta, uma índia que vive numa roulotte e trafica mão-de-obra clandestina de um país para o outro, pela reserva que os medeia. Tem um filho bebé, que lhe foi retirado pela sogra. Alimenta-se de batatas fritas e espia a casa da sogra à noite, pendurada nos ramos de uma árvore, a poucos metros da janela da sala daquela. Mete todo o dinheiro que poupa dentro de caixas de Pringles e larga-as à entrada daquela casa, de fugida.
À procura do marido, Ray conhece Lila e o modo de esta ganhar dinheiro.
O rio gelou e é agora transitável de carro. Ray tem um autómóvel com as características que Lila procura para o tráfico. Lila conhece as pessoas do ramo. Ray tem uma arma …Lila aponta uma arma a Ray. As necessidades de cada uma forçam-nas à parceria.
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